quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Corrente espalhada nas redes sociais protesta contra a violência infantil

 Cavalo de Fogo, Pica-Pau, Família Dinossauro, Jaspion, entre outras séries que misturam nostalgia e infância viraram presença constante na rede social Facebook. Uma corrente pede para os usuários usarem retratos (ou avatares) com desenhos ou séries infantis até o dia 12 de outubro, Dia das Crianças. A ação ajuda a combater a violência infantil, segundo especialistas ouvidos pelo R7.

A parte de eventos da rede social também foi tomada pela campanha. Uma típica mensagem dizia que essa é uma forma de manifesto contra violência e abandono infantil.

– Troque a foto do seu perfil por um desenho animado ou personagem de gibi que marcou sua infancia até dia 12/10 (dia das Crianças)! Uma forma de manifesto contra a violência física, mental, abandono de crianças, pedofilia... Enfim, quaisquer tipos de maus tratos contra crianças. Libere a criança que ainda há em você, e vamos protestar (sic)

Campanha ou não, fato é que muitos estão reclamando que estão confundindo os amigos depois que a campanha pegou.

O Facebook diz não ter os dados de quantos usuários aderiram à campanha. A ONG SaferNet, que luta pela defesa dos direitos humanos na internet, diz ter recebido relatos de adesão em todos os Estados do país.

Outros parecem protestar contra a campanha usando desenhos sensuais – foram vistos avatares com desenhos eróticos de Carlos Zéfiro e personagens sensuais vindos de hentai (gênero de desenho japonês) ou do cinema, como Jéssica Rabbit, de Uma Cilada para Roger Rabbit.

Apoio
A campanha foi bem recebida por especialistas em combate à violência infantil ouvidos pelo R7. Ariel de Castro Alves, presidente da Fundação Criança de São Bernardo e vice-presidente da Comissão Nacional da Criança e do Adolescente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), diz reconhecer que muitos trocam a imagem do avatar apenas pelo modismo, mas que depois podem se interessar pelo tema.

- As pessoas depois vão procurar saber o que está motivando isso [a mudança massiva de retratos]. As redes sociais atingem um público que geralmente fica alheio ao noticiário em geral. Com a campanha, pode ser que comece a se aproximar dessa discussão.

O psicólogo e diretor de Prevenção da ONG SaferNet, Rodrigo Nejm, diz que essa mistura de diversão com causa social pode ser uma nova forma de mobilização.

- Não precisa ser sisudo para falar da promoção dos direitos humanos. Aliar o tema com um ato divertido é uma estratégia de mobilização muito interessante.

Para ele, o surgimento de campanhas descentralizadas sem origem clara é uma tendência da internet que pode ser revertida para boas causas.
R7

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