Produtores de goiaba e acerola da comunidade de Frutuoso, em Serra Negra do Norte, conquistaram o selo concedido pela IBD Certificações. A estimativa é um aumento de pelo menos 30% no valor de comercialização das frutas.
Após um trabalho que durou nove anos, um grupo de pequenos produtores da comunidade Frutuoso, no município de Serra Negra do Norte, na região Seridó, recebeu nesta terça-feira (7) o primeiro selo de orgânico para o setor de fruticultura do Rio Grande do Norte. A produção de acerola e de goiaba da comunidade foi certificada pela IBD Certificações, uma empresa nacional de certificação agropecuária, de processamento e de produtos extrativistas, orgânicos, biodinâmicos e de fair trade.
A certificação IBD tem credibilidade internacional e é monitorada por instituições como a IFOAM (International Federation of Organic Agriculture Movements), da Inglaterra; DAR, da Alemanha; USDA, dos Estados Unidos; JAS, do Japão e DEMETER International. Na prática, o selo representa a abertura para um segmento em ascensão, que movimenta cerca de 350 milhões por ano, e uma valorização no mercado de pelo menos 30% em comparação com frutas convencionais.
A conquista faz parte de um projeto comunitário associativista, desenvolvido pelo Sebrae-RN, desde 2003, em parceria com o Instituto Cooperforte, Emater e prefeitura local. O objetivo era apresentar a viabilidade da fruticultura orgânica em substituição ao cultivo do feijão verde no vale do rio Espinhara, em Serra Negra do Norte, município que fica a 303 quilômetros de Natal.
O projeto contempla um núcleo com cerca de dez famílias produtoras, que vivem da agricultura familiar. O Sebrae ofereceu ao grupo consultoria tecnológica para implantação das práticas de manejo de orgânicos, acompanhamento dos produtores e assessoria para o processo de certificação. O norte da iniciativa era gerar alternativas economicamente viáveis para os agricultores instalados no vale. Atualmente, o núcleo já produz as frutas numa área de 16 hectares, sendo oito para cada tipo de cultura.
“Com essa certificação, os produtores poderão criar estratégias de divulgação e de comercialização no mercado de orgânicos”, destaca o gerente do escritório regional do Sebrae no Seridó Ocidental, Pedro Alexandro de Medeiros. O segmento de gêneros orgânicos vem crescendo em todo o mundo, aproximadamente 40% somente no Brasil. Estima-se que a crescente demanda por alimentos livres de agrotóxicos movimente R$ 700 milhões até 2014.
Daí a importância da certificação das frutas potiguares. O selo garante que o consumidor, ao adquirir um produto, leva para casa um alimento mais seguro, por não conter defensivos agrícolas e, portanto, isento de substâncias que possam causar algum dano à sua saúde, além de contribuir para preservação do meio ambiente.
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