quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Anvisa restringe venda de emagrecedores

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu hoje manter o registro da sibutramina no Brasil. Proibido em vários países por estar associado ao aumento de doenças cardíacas e derrames em pessoas que já apresentem fatores de risco, o remédio emagrecedor continuará sendo usado no País, mas agora sob um novo esquema de vigilância Na reunião de hoje, diretores da Anvisa decidiram ainda proibir a venda e produção de emagrecedores derivados da anfetamina: anfepramona, femproporex e manzindol. Presentes no mercado brasileiro há mais de 30 anos para redução do apetite, esses medicamentos não reúnem estudos que comprovem sua eficácia e segurança. Eles terão de ser retirados do mercado em até 60 dias, contados a partir da publicação da resolução da Anvisa. O Conselho Federal de Medicina, no entanto, já avisou que vai ingressar na Justiça contra a proibição.

A decisão sobre derivados da anfetamina, unânime, já era esperada. A surpresa ficou por conta da sibutramina: ela quem disparou toda a discussão realizada em torno de emagrecedores no país. No fim do processo, foi a única droga analisada que permaneceu no mercado. Hoje, três diretores foram favoráveis à manutenção do remédio e um, contrário.

O debate teve início em 2010, quando foi divulgado resultados de um estudo, encomendado pela agência europeia de vigilância, que avaliou os efeitos da sibutramina em 10 mil pacientes com alto risco cardiovascular. Resultados preliminares mostraram um aumento de 16% no risco de enfarte entre pessoas que tomaram o medicamento. Desde então, o remédio foi proibido na própria União Europeia, nos Estados Unidos, Canadá, Austrália, Uruguai, Argentina, Chile, Colômbia e Paraguai.

Para a maior parte dos diretores da Anvisa, no entanto, não há como generalizar os resultados do exame. Eles alegam que a droga é comprovadamente prejudicial para pessoas que já tem predisposição para problemas cardíacos, mas não há como afirmar que ela também traz riscos para os demais grupos. A decisão foi manter o medicamento, mas agora com um reforço na vigilância. Dentro de um ano, o assunto poderá ser revisto.

O remédio somente poderá ser vendido depois de o paciente ser informado pelo médico sobre os riscos e contraindicações. Um termo de esclarecimento terá de ser assinado, em três vias: uma para o médico, outra para o paciente e a terceira será anexada à receita, que terá de ser entregue na farmácia. A indicação da droga permanece a mesma. Não podem usá-la obesos com problemas cardíaco ou que tenham algum fator de risco e pessoas com sobrepeso que tenham níveis de glicemia alto. O tipo de receita permanece, o que apresenta um formulário azul, com retenção na farmácia.

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