Se as discussões filosóficas e relacionadas à vida cultural na Grécia Antiga eram travadas em praça pública (nas chamadas Ágoras), abertas à participação social, foi o dito progresso o responsável pela clausura do material intelectual da humanidade. Apesar de aberto à pesquisa silenciosa, o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte é hoje mais vítima do que repositório desse progresso. Os debates entre intelectuais da casa cultural mais antiga do Estado, presidida pelo exercício perpétuo do poder, permanecem presas no interior do casario centenário.
Museus e institutos guardiões da arte e da história procuram cada vez mais avanços tecnológicos no intuito de promoverem atração e interação com o público. No IHG/RN, a modernidade - irmã mais nova do progresso - parece inimiga, persona non grata. Esquecido pelo Estado e sempre visitado pelos efeitos erosivos do tempo, o Instituto Histórico carece de qualquer sinal tecnológico que lembre o século 21 e uma relação sadia com o passado. Nem que seja o já banal acesso à internet ou, no caso de um Instituto Histórico, a urgente digitalização do acervo.
O tempo corre devagar por ali. A reforma substanciada na estrutura do prédio durou dois anos. Instalações hidráulicas, elétricas, retelhamento, reforma geral. Generosidade do governo estadual? Não. "O Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan), na pessoa de Jeanne Nesi, conseguiu os recursos necessários à reforma", frisou o presidente interino do IHG/RN, Jurandyr Navarro. Da mesma forma ocorreu no anexo do Instituto, doado pela escritora Ana Angélica Timbó há dez anos. "Lá como cá o teto ia cair porque a madeira já estava comida por cupim", disse Jurandyr.
A manutenção do Instituto é feita mediante colaborações dos sócios e verbas eventuais do poder público. Alguns sócios confirmam envio de R$ 3 mil mensais da prefeitura. Outros parecem disfarçar desinformação a respeito. Tal qual o tribunal de O Processo, de Kafka, "é tudo muito secreto ali, e há questionamentode alguns sócios nunca levadosem consideração. Esses recursos deveriam estar disponibilizados na internet, de forma transparente. Em uma das últimas reuniões o tesoureiro, Marcus Cavalcanti, disse não ter assinado um só cheque nos últimos cinco anos", disse um dos sócios.
A relação amigável e de extremo respeito ao eterno presidente Enélio Petrovick esconde da sociedade questionamentos acerca dos rumos tomados pelo Instituto nas últimas décadas. Inúmeras sugestões, projetos e propostas de modernização foram engavetados. A máquina datilográfica usada até pouco tempo por Enélio contrasta com a época de editais e convênios variados de incentivo cultural - recursos possíveis à instalação de um minilaboratório para digitalização e restauro do acervo. Espaço e ideias para ocupação desse espaço não faltam entre os sócios.
O tempo corre devagar por ali. A reforma substanciada na estrutura do prédio durou dois anos. Instalações hidráulicas, elétricas, retelhamento, reforma geral. Generosidade do governo estadual? Não. "O Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan), na pessoa de Jeanne Nesi, conseguiu os recursos necessários à reforma", frisou o presidente interino do IHG/RN, Jurandyr Navarro. Da mesma forma ocorreu no anexo do Instituto, doado pela escritora Ana Angélica Timbó há dez anos. "Lá como cá o teto ia cair porque a madeira já estava comida por cupim", disse Jurandyr.
A manutenção do Instituto é feita mediante colaborações dos sócios e verbas eventuais do poder público. Alguns sócios confirmam envio de R$ 3 mil mensais da prefeitura. Outros parecem disfarçar desinformação a respeito. Tal qual o tribunal de O Processo, de Kafka, "é tudo muito secreto ali, e há questionamentode alguns sócios nunca levados
A relação amigável e de extremo respeito ao eterno presidente Enélio Petrovick esconde da sociedade questionamentos acerca dos rumos tomados pelo Instituto nas últimas décadas. Inúmeras sugestões, projetos e propostas de modernização foram engavetados. A máquina datilográfica usada até pouco tempo por Enélio contrasta com a época de editais e convênios variados de incentivo cultural - recursos possíveis à instalação de um minilaboratório para digitalização e restauro do acervo. Espaço e ideias para ocupação desse espaço não faltam entre os sócios.
De Sérgio Villar para a redação do Diário de Natal
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