domingo, 27 de novembro de 2011

João Câmara: 25 anos de tremores

O município de João Câmara, no Agreste potiguar, vai rememorar os 25 anos dos tremores sísmicos que abalaram a população em 1986. No dia 30, data em que houve o tremor de terra mais devastador (de 5.1 graus na escala Richter), a prefeitura local vai organizar uma audiência pública e uma série de palestras. O evento começa às 9h da manhã, na sede da Câmara Municipal.

"Não usamos a expressão comemorar porque foi uma tragédia que se abateu no município. Por isso usamos o termo rememorar. O objetivo é mostrar à população o que foi o abalo, o que ocorreu. Queremos também preparar as pessoas para os riscos de um novo abalo, já que aqui é uma área sísmica", explica Elizângela Souto, membro da Comissão Municipal de Defesa Civil (Condec).

A grande quantidade de tremores de terra que atingiu João Câmara em 1986 foi a mais estudada atividade sísmica já observada no Brasil. O primeiro abalo foi registrado em Brasília, no dia 21 de agosto, alcançando magnitude 4.3. Nosdias 3 e 5 de setembro, foram dois tremores. Um de 4.3 e outro de 4.4 graus na escala Richter, usada internacionalmente para medir tremores e terremotos. Esses abalos provocaram danos materiais e assustaram ainda mais a população.

No dia 30 de novembro, no raiar do dia (pontualmente às 5h19min48s), o maior tremor, de 5.1 graus foi registrado, seguido de várias réplicas, inclusive com magnitude 4.0. Tanto na zona urbana quanto na rural, grande parte da população abandonou o município. Os tremores destruíram ou danificaram 4 mil casas, 500 delas foram reconstruídas adotando normas anti-sísmicas, desenvolvidas pelo Batalhão de Engenharia do Exército Brasileiro. O Presidente da República e vários outros ministros visitaram a área atingida. A imprensa nacional também acompanhou os fatos, inclusive montando acampamentos na cidade.

Evento
O evento deve reunir vereadores e prefeitos da região do Mato Grande, o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, Cel. Elizeu Lisboa Dantas, a coordenação estadual de Defesa Civil,Cruz Vermelha, Petrobras, Departamento Nacional de Produção Mineral, entre outras instituições. Um dos palestrantes é o Monsenhor Luiz Lucena Dias, padre da cidade na época do abalo, e ainda hoje o pároco local. O professor do Departamento de Sismologia da UFRN, Joaquim Mendes Ferreira, é um dos convidados para dar uma palestra.

Para a população mais jovem, que não vivenciou os "terremotos de João Câmara", como ficaram conhecidas as intensas atividades sísmicas no município, haverá slides com exposição de fotos e reportagens da época. "Também estamos montando um histórico de fotos", acrescenta Elizângela Souto, uma das organizadoras do evento.

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