segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Foi destaque no FANTÁSTICO: Postos fraudam bombas de combustível com controle remoto

Os motoristas estão sendo roubados quando abastecem o carro em postos de combustível do país. E o pior: se desconfiar de alguma coisa, não adianta reclamar. A fraude não deixa pistas. Com um controle remoto, o golpista faz a bomba voltar ao normal. O Fantástico comprovou que a fraude existe. E encontrou um dos homens que vendem e instalam nos postos o novo golpe contra o consumidor em São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná.
Você compra a gasolina e não leva tudo o que paga. Ainda faz papel de bobo porque nem percebe que está sendo roubado. Isso porque uma placa instalada nas bombas é acionada por controle remoto sem que o cliente perceba. O Fantástico estima que a cada tanque reabastecido, o consumidor é lesado em seis litros de combustível, além é claro de leva dentro do seu tanque uma gasolina de péssima qualidade. As fraudes foram detectadas em São Paulo, Rio e Paraná

COMO FUNCIONA O GOLPE
Como uma bomba que roubava para de roubar de uma hora pra outra? . Em vários postos flagrados roubando o motorista, o Fantástico ouviu o mesmo nome de um técnico em manutenção. Ele é quem aparece mexendo na bomba de outro posto Curitiba. O repórter Eduardo Faustini, no papel de dono de uma rede de postos interessada na fraude, faz contato com Cléber, o técnico e, sem saber que estava sendo gravado, Cléber Salazar vai ao posto fechado.

CONTROLE REMOTO
Cléber entrega como o esquema funciona. A fraude eletrônica é instalada separadamente, em cada saída de combustível, que ele chama de bico. Coloca-se uma placa eletrônica no interior das bombas e a partir daí, através de um controle remoto o dono do posto aplica o golpe com um simples toque em um botão que fica no seu  bolso. Assim ele arma e desarma a fraude a hora que quiser e isso dificulta a fiscalização, pois quando os órgãos fiscalizadores vão apurar alguma denúncia, as bombas estão normais já que o malandro do dono do posto desarma a placa que rouba o consumidor. Noventa mil reais é o custo total para instalar a fraude,mas o fraudador garante que o dono do posto tira o prejuízo em apenas três meses de roubo ao seu bolso, cliente e leitor amigo.

A primeira placa eletrônica da fraude foi descoberta há dois anos. Em São Paulo, que tem a maior rede do país, com 8, 5 mil postos, poucas foram apreendidas até agora.Um fiscal, que prefere não ser identificado, diz que falta tecnologia à fiscalização para acompanhar a evolução dos golpes. "Em vários estados que nós temos conversado, os fiscais estão totalmente despreparados. Eles não têm conhecimento suficiente pra afirmar se aquela placa está fraudada ou não..O sindicato dos postos de combustíveis de São Paulo pede providências.

O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis também defende uma fiscalização mais enérgica: “Eu tenho certeza que situações como as que foram detectadas nessas cidades estão acontecendo e estão sendo ofertadas para o mercado em diversas outras cidades. É um alerta pras autoridades da necessidade de ter uma atuação permanente, no dia a dia, inteligente e com penalidade rigorosa”, disse Alizio Vaz, presidente do sindicato.

A Agência Nacional de Petróleo propõe uma ação conjunta: “Nós vamos ter que aprimorar nosso sistema de fiscalização, logicamente buscando parceria com órgãos de inteligência, não só nossos, como também da polícia, do Inmetro, porque é uma fraude nova no mercado e é difícil de ser detectada”, diz Paulo Iunes, fiscal da ANP.

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