Uma
multidão de figuras humanas de pedra, cada uma com expressões e roupas únicas,
habita sem alarde um pedaço do fundo do mar no litoral do México. A cerca de 8
metros de profundidade, nas águas cristalinas do Caribe, esconde-se o primeiro
parque de esculturas subaquáticas do mundo, que tem até um museu a céu aberto –
ou melhor, em alto-mar. O Musa (museu subaquático de arte, na sigla
em espanhol) conta com um acervo de 450 esculturas submersas ao redor da ilha
Mujeres de Cancun, no México, que se apoia na interação do homem com o objeto.
As
obras são feitas com um material poroso, uma espécie de concreto ecológico de
pH neutro, que é perfeito para resistir algumas centenas de anos debaixo
d’água, e que facilita o crescimento de corais e o abrigo de várias espécies,
como peixes pequenos, crustáceos, ouriços e estrelas do mar. As criaturas
marítimas, aliás, são peças fundamentais para o trabalho. São elas que colorem,
distorcem e transformam as dramáticas figuras submersas, construindo uma
ambiciosa, mutante e frágil representação da evolução da vida.
O
conjunto é obra do inglês Jason deCaires Taylor.
Criado na Malásia, Taylor é um exímio mergulhador, instrutor e premiado
fotógrafo subaquático. Nem mesmo um diploma no Instituto de Artes de Londres o
fez esquecer da vida marinha. Ele tirou o certificado de escultor da gaveta e o
levou para o fundo do mar, onde cuida - junto da fauna que vive ali - deste
dinâmico museu.
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