quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

RN de luto pela morte de Monsenhor Assis, um dos principais defensores da beatificação do Pe. João Maria

A igreja católica potiguar está em luto pelo Monsenhor Francisco de Assis Pereira, 76 anos. O religioso faleceu na manhã de ontem, dia 13, vítima de câncer de garganta. Desde o início do ano, o padre era submetido ao tratamento e estava internado desde a última segunda-feira, no Hospital São Lucas.

Natural de Santa Cruz, na região Agreste potiguar, Monsenhor Assis, que era capelão da Igreja de São Judas Tadeu, no Tirol, ficou conhecido por defender a causa da beatificação dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu. O sacerdote, eleito postulador romano da Santa Sé junto às Congregação das Causas dos Santos,  foi responsável por investigar e reunir documentos históricos e defender a argumentação perante o então papa João Paulo II que comprovou a autenticidade da fé durante o massacre.

O capelão de reserva da Polícia Militar, padre Tarcísio Pereira de Carvalho, 73 anos, e irmão do religioso enfatizou ter o Monsenhor Assis dedicado parte da vida para "mostrar a autenticidade dos nossos santos nordestinos. Era voltado para a causa regional, como postulador".

Padre Tarcísio lembra que a vocação do irmão para a vida religiosa iniciou desde a infância. "Aos oito anos, depois que papai faleceu, ele foi para o monastério em Garanhuns, Congregação dos Dominicanos. Uma vida entregue ao trabalho para Deus", disse.

Dois anos depois, o segundo de oito filhos retornaria a Natal e entraria para o Seminário São Pedro, onde viveu maior parte da vida.

Ordenado sacerdote em 13 de abril de 1958, Monsenhor Assis estudou em Roma, onde fez doutorado em Filosofia e em Teologia. Ade volta a Natal, atuou junto as paróquias de Nossa Senhora Aparecida, em Neópolis, da Sagrada Família, nas Rocas, e de São João Batista, em Lagoa Seca.

Parale
lo ao trabalho como postulador, Monsenhor Assis atuava na construção do Arquivo da Arquidiocese de Natal. Considerado um intelectual e pesquisador incansável, escreveu e acumulou vasto acervo sobre estudos eclesiais, tendo publicado apenas dois livros, um sobre a história os Protomártires do Brasil e outro sobre o Beato Mateus Moreira, patrono dos Ministros da Eucaristia. Também foi professor da UFRN, do Departamento de Filosofia.

"Era um intelectual, homem reservado, mais conhecido pelo dom da escrita, do que da oratória", disse a sobrinha, a irmã Vilma  Lúcia de Oliveira, que assumirá as atribuições junto ao Arquivo Eclesial. "A Igreja perde um arquivo", lamentou a sobrinha irmã Vilma Lúcia de Oliveira, sucessora

Três processos de beatificação estão em andamento
Nos
últimos anos, o Monsenhor Francisco de Assis Pereira se dedicava de três processos de beatificação - o de Dom Frei Vital Maria Gonçalves de Oliveira (Olinda - PE), Padre José Antônio de Maria Ibiapina (Guarabira-PB) e de reabilitação histórico-eclesial do padre Cícero Romão Batista, do Juazeiro (CE). Esse último buscava reverter a excomunhão do padre Cícero.

Os processos se encontram no Vaticano, para ser submetido à análise da Congregação das Causas dos Santos. De acordo com o chanceler da Cúria Júlio Cezar, o postulador era responsável por reunir documentos que atestassem a integridade e vida dos religiosos investigados.

Desde 2002, levantava a história de vida e santidade do padre João Maria Cavalcanti de Brito, o "padre João Maria", e do Cônego Luiz Gonzaga do Monte, o "cônego Monte", à pedido do arcebispo Dom Heitor de Araújo Sales. De acordo com o chanceler da cúria padre Júlio César, nesses se trata ainda de investigações ainda junto às paroquias, não tendo ainda previsão de quando serão, sobretudo agora, concluídos para apreciação da Santa Sé.

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