segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Tudo conectado à internet

Objetos, plantas e até prédios podem ganhar capacidade de transmitir dados em poucos anos
Não se deixe levar pelo apelo futurístico do nome: internet das coisas. O conceito, uma das tendências da tecnologia atual, não tem nada de complicado. Significa apenas que os objetos estão cada vez mais conectados. A internet surgiu no desktop. Depois, foi para celulares, tablets e a televisão. E, agora, a tendência é que tudo transmita algum tipo de informação – do interruptor de sua casa a uma planta, passando por prédios e até rebanhos.
As “coisas” – ou os objetos – passam a se comunicar com o mundo e entre si através de sensores, como as etiquetas RFID e o NFC (veja abaixo). E um objeto inanimado ganha inteligência e poder de produzir informações – como a planta conectada que envia um tweet avisando o dono que está precisando de água.
Longe da futurologia, a tendência é atual – e concreta. Hoje estima-se que existam 9 bilhões de objetos conectados. Em 2020 esse número deve subir para 24 bilhões, segundo as estatísticas do GSMA, grupo que representa a indústria de empresas mobile no mundo.
O termo “internet das coisas” não é amplamente aceito. Ele surgiu nos anos 90 para designar um experimento do Massachusetts Institute of Technology (MIT) que não deu certo. “Acabou gerando até um preconceito nos EUA”, diz José Roberto Amazonas, professor de comunicações e engenharia na Escola Politécnica da USP e organizador de um simpósio sobre o tema no ano passado. O termo ficou em desuso, mas foi novamente adotado na Europa. Nos EUA ainda hoje preferem outro nome: “computação difusa”. No Japão, o campo é chamado de “computação ubíqua”.
“O campo de aplicação envolve todo e qualquer segmento de atividade humana, por isso é fascinante”, diz Amazonas. Ele se diz animado com as aplicações de benefício social: prédios inteligentes, por exemplo, que podem ter mecanismos de economia de água. Para que o conceito entre na vida das pessoas, Amazonas diz que o governo precisa investir. E são duas frentes: uma rede de alta capacidade e mais leitores de etiquetas eletrônicas ou receptores de GPS espalhados pelo ambiente.
No Brasil não há nenhum grande projeto de pesquisa trabalhando na área – apenas empresas fazendo projetos esparsos. Mas no Japão, por exemplo, internet das coisas é política de Estado. E na China, a cidade de Wuxi recebeu investimentos bilionários do governo e funciona como plataforma de teste de tecnologias, com laboratórios e universidade dedicados ao tema.

Clique na imagem abaixo para ampliá-la.

Nenhum comentário:

Postar um comentário