terça-feira, 8 de janeiro de 2013

A PRIMAVERA DOS AMARELINHOS EM JARDIM DE PIRANHAS.


por Jair Eloi de Souza*

         A Primavera cabocla[1] tem o seu tempo e templo, quando nascem as manhãs de setembro nos sertões nordestinos. Nessa estação, os ipês se adornam de pétalas amarelas em buquês, que começam a destalar  e cair no arvoredo, um cênico de  dança lenta, à similaridade do pouso de gansos extenuados após longa travessia. Essa estação mostra o contraste do cinzento da caatinga com o amarelo-claro da copa dos ipês. Quando o viajante transpõe o riacho do maxixe, e adentra nos sertões da Civilização do meu Seridó, já no caminho das águas que correm para o alvéolo do Acauã-Seridó e terminam no barranco do velho Piranhas, a primavera dos ipês amarelos é um fenômeno da natureza, da flora lenhosa, que em si é um poema de exuberância colorida.
Mas existem outras primaveras que mexem com o ser político, com a alma de um povo, com a conquista de liberdades, com o resgate da cidadania e com as práticas democráticas. Na história tivemos a Primavera de Praga, comandada por Alexander Dubcek, deu-se em 1968. A República Checa era satélite do bloco socialista, comandado pela Rússia. Por iniciativa de Dubcek, foi lançado um grande programa de abrandamento do regime, concedia maior participação popular, franquias de liberdades, e humanização das políticas governamentais. Conquistou a nação, mas, infelizmente foi esmagada pelos tanques russos, que destituíram a cúpula do governo daquele país satélite. Tendo como consequência a não implantação das reformas em andamento, e decretado o ostracismo de Dubcek. Tempos depois, com a onda Gorbachev aquele tivera restabelecida sua cidadania política.
Recentemente, de forma inusitada ocorrera a Primavera Árabe. Ditaduras como a Tunísia, Líbia, Egito, Iêmem e Barheim, foram varridas do mapa, pelos movimentos libertários, conhecidos como “Occupas”, que fincaram suas trincheiras nas praças, logradouros públicos e se uniram militarmente para um confronto sangrento, com resultado a si favorável, mudando o mapa político africano e da Ásia menor, com a implantação de democracias no costado de eleições com ampla participação popular. .
Bem, ressaltado esse comentário inicial, onde reprisamos o despertar de povos d`além-mar, amordaçados por tiranias truculentas, focamos nosso olhar analista, na “Primavera dos Amarelinhos em Jardim de Piranhas”. Afinal o que venha ser a Primavera dos Amarelinhos em Jardim de Piranhas – comandado pelo impetuoso Elídio Queiroz? De início convém reconhecer ser o povo jardinense uma inteligência rara, de caráter brioso, hospitaleiro, receptivo, mas inquieto e bravo, e que  cansara de um modelo que tinha como metodologia e forma de governar, a receita prescrita por uma cúpula que carecia apenas de um simples referendum, homologação coletiva do acordado, sem nenhuma discussão prévia, essa era máxima. Nessa convergência desses feudos resultara numa convicção de que juntos, eram imbatíveis.
Ledo engano. O menino Elídio, que mal ultrapassara a estação da adolescência, transformara-se num impetuoso e bom mascate, montara a tenda ambulante, transformara-se no empreendedor bem sucedido e conquistara a dignidade material, para si e para os seus. Mas, não era só isso que aspirava. A alma reclamava a outra co-irmã da dignidade, a fraternidade. Aquela que se incomoda com a carência do seu semelhante, a dor do seu amigo de infância, o abandono do seu conterrâneo. Para esta vocação traça o mote: “Vou fazer na minha terra Jardim, o que os outros deixaram de fazê-lo”. No início e por muitos dias, pregara como se estivesse no deserto, lembrando o que fizeram João Batista na era pré-cristã, alimentando-se apenas de mel. Mas, aos poucos a sonoridade dos velhos búzios, como no Sertão antigo, promove a convergência de todos do seu clã em torno do seu nome, fazendo lembrar as figuras de Elviro, José Avelino, o grande comandante Nelson Queiroz, numa tercitura férrea e leal, que  alcançara a tenda onde já estavam os seus amigos de infância, os companheiros de pelada, a juventude, o povo, formando a coletividade dos amarelinhos incansáveis.    
         A bravura dos amarelinhos que promovera essa primavera política em Jardim de Piranhas se arvora na ansiedade de ter em seu líder escolhido, a grande possibilidade de ver  Jardim bem cuidada, acesa nas suas convicções democráticas, com o zelo especial na coleta de resíduos sólidos e líquidos, com o disciplinamento dos esgotos a céu aberto, com o resgate de um cênico em que se possa ver a lâmina cristalina do Rio Piranhas, povoado de peixes sadios. E que se possa ouvir nas madrugadas invernosas, o canto compassado do carão ribeirinho caqueando o aruá. Vislumbrar a presença de um horto da vida, onde germine a flora lenhosa, arbustiva, para recuperação das áreas destruídas da ribanceira do citado ribeirão. A escola como instrumento de transformação social, onde se construa a estação da cultura, da qualidade de vida e o resgate de nossa memória, de nossas melhores tradições de civilidade e saberes humanistas. E ainda, que se promova o resgate da dignidade do servidor público, pela chama meritória, e do cidadão comum no trato e atenção de suas necessidades básicas, principalmente na saúde preventiva e na oferta dos serviços tradicionais com generosidade e pontualidade.
         Finalmente, a grande façanha da primavera dos amarelinhos em Jardim de Piranhas, foi ter celebrado um pacto com a mansidão, com a não provocação. Foi navegar no estuário da convivência dos contrários. Ao invés do revide, o estender de mãos indicando o perdão. Ao invés do estímulo ao acometimento do excesso, o norte da compreensão para com os desavisados dos tempos. Nesta primavera está a miragem de um valente e apaixonado barqueiro, cujo sonho acalentado ao longo de anos, não é só chegar à margem oposta, mas também, patrocinar um grande abraço coletivo,  estampando um sorriso aberto de satisfação em seu povo, que o tem como o novo e esperançoso líder. Isso é um bom começo da primavera dos amarelinhos em Jardim de Piranhas.
“Im memoriam”, como os amarelinhos e o próprio Elídio, têm alegria e tristeza, de bom alvitre prestar nossa honrosa homenagem à inquietude do bravo amarelinho Iram Araújo dos Santos, Iran de Inácio, e a grandeza de pai e companheiro de Pedro de Zeferino, o barranco do riacho do amparo, está com banzo e melancolia pela sua ida a Corte Celestial. 

É Professor de Direito e escriba da cena sertaneja.




[1] Primavera cabocla: A estação em que os ipês amarelos, se adornam de buquês em pétalas no meu Sertão, formando um contraste, do cinzento com colorido permeado dessas citadas árvores, também conhecidas como caraibeiras, craibeiras e caubeiras.

18 comentários:

  1. Chico doido continua desaparecido.

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    1. quer encabular? chico doido tá no corredor, caba véi. o ferrão fumaçou. jair se indeiretou, foi não?

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    2. não por muito tempo!
      as almas penadas, do fazendeiros que botavam água no leite e dos bodegueiros que roubavam os pobres, que perambulam pela rua 15 de novembro, nas madrugadas sepulcrais jardinenses, prometeram, ao Nêgo Kim e ao major Georgino Cambuim, desvendar esse mistério.

      rá rá rá rá rin rin rin rin rin
      - que risada medonha! - vem de onde?
      - eita! lastá na esquina um vulto de uma pessoa com uma roupa morrom, suja de sangue - pií o tamanho dos olhos cor de fogo.
      - creio em Deus-Pai, criador do Céu e da Terra...
      - reze aí, também, rapaz!
      - não consigo, tô todo me tremendo
      - vamos correr!
      - rapaz, já tô todo breado!
      - desconjuro!
      - quem pode mais deus!
      - scooby-doo, meu filho, quêdi você?

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  2. "o resgate de um cênico em que se possa ver a lâmina cristalina do Rio Piranhas, povoado de peixes sadios. E que se possa ouvir nas madrugadas invernosas, o canto compassado do carão ribeirinho caqueando o aruá. Vislumbrar a presença de um horto da vida, onde germine a flora lenhosa, arbustiva, para recuperação das áreas destruídas da ribanceira do citado ribeirão."

    se esse resgate acontecer, os responsáveis terão como prêmio o olhar carinhoso de Deus.

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  3. Ubiratan de Souza Acampamento Caico9 de janeiro de 2013 às 02:17

    A primavera de Niccolô Marquiavel para seu principe em Florenaça.

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    1. Bira, você quer dizer que o "Old Nick" espreita a "muda" de Jardim de Piranhas, é isso?

      scooby-doo, meu filho, quêdi você?

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  4. QUANDO SE INICIA UMA GESTÃO PÚBLICA, SE TEM UMA EXCELENTE OPORTUNIDADE DE SE FIRMAR COMO UM BEM-FEITOR DA HUMANIDADE. BACANA, NÉ NÃO? TAMBÉM,HOJE, PELA VASTA DISPONIBILIDADE DE INFORMAÇÕES, LOGO FICAMOS SABENDO, QUEM SÃO OS LADRÕES DISFARÇADOS DE BEM-FEITORES DA HUMANIDADE, OS DIABÓLICO. É OU NÃO É?

    AQUI, EM JARDIM DE PIRNHAS, HÁ PESSOAS RICAS QUE POSA DE BEM-SUCEDIDAS E HONESTAS. COMO O MAU-FEITO NÃO COSTUMA PASSAR RECIBO... AINDA NÃO HÁ PROVAS CABAIS NAS MÃOS DA JUSTIÇA, POR ISSO, NÃO FORAM PARAR NA CADEIA. ESSES MARGINAIS, DISFARÇADOS DE NATA DA SOCIEDADE, DELIRAM QUE ENGANA A TODOS. A TODOS, NÃO, UNHAS AFIADAS! A COROA DE LADRÃO, MESMO QUE INVISÍVEL PARA ALGUNS, ESTAR SEMPRE SOBRE A CABEÇA DO SANTINHO DO PAU-OCO.

    - ÊPA! ÔPA! COMO VAI SEU LADRÃO?
    - PEGA O POLÍTICO, BUJÃOZINHO!
    - PEGA AQUELE TODO INCHADO, DANIÉ VIRA
    GARRANCHO!

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  5. Marquiavel a diferença de maquiavelismo - concepçao politica inspirada em Maquiavel, em sentido pejorativo, preocupaçao exclusiva com eficácia no exercicio do poder politico, recurso à astúcia na prática politica para se obter os fins desejados,não importando os meios utilizados.

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    1. ou seja... o cãozinho que existe nos gananciosos, batendo o pé: "daqui não saio, daqui ninguém me tira"

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  6. você tem razão, ubiratan. uma vez sem-vergonha, sempre tampo. né não, fingidor da cor?

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  7. O Gordo de Zé Maia e Laersão de Chico de Dina, como de costume, no ensolarado verão de janeiro, oferecerão em sua crôa particular, no rio Piranhas, a tradicional caldeirada de cascudos e suvelas. já confirmaram as prensenças: Constanza Pascolato, Lambreta de Mané Carneiro, Carmem Mayrink Veiga, Quinquinha de Ciço Calaça, Glória kalil , Helena de Sino, Peggy Vanderbilt, Franga de Xico Branco, Justin Bieber, Chagá de Ló, Tony Ramos e outras badaladíssimas personalidades do planeta . depois do descoladíssimo forra tripas, os sacerdotes e as sacerdotisas do mundo fashion, meterão pé para Country Club Timbaubinha, onde participarão de um baile de gala, ciceroneado pelo o papa da etiqueta Tiola de Ló e pela modelo internacional Deta da Budega Canzenza. evoe saboe!

    por passageiro do abismo

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  8. Hoje dia 10/01/13, entre o shooping e a prefeitura tinha 3 cidadoes dando expediente esperando o Sr prefeito a procura de empregos eram eles; Joao Braulino,Ze Pinel e Boró, todos com os documentos preparados para luta.Sim o horario era 8:00 da martina.

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  9. joão tira fato poço da onça12 de janeiro de 2013 às 17:28

    enquanto isto dois homens de bens da ultima administraçao de 2001 a 2004, os senhores dario e siderlei estão pra dicidirem se querem o emprego na prefeitura porque acharam pouco o salario de 678,00, os mesmos estão esperando a guerreira vir a jardim para resolver este impasse, esperamos que seja resolvidos os mesmos parece que tem transito livre na junta.

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  10. Dos Aflitos Timbaubinha13 de janeiro de 2013 às 03:17

    Galbe e josidete não podem reclamar ja emplacou; a filha de netinha,dos santos,o genro de geogino a filha,afamilia de chico katia,orlanci,cara de bebo vem ainda ana cristina, aline e tem este impasse de dario e siderlei sim emplacou barrinha no matadouro e por air vai, a junta deu sinal verde para todos.

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    1. Dos Aflitos, deixa de ser ruim. pida a junta pra arrumar três empregos para uns primos meu, que estão a base de cardeiro assado, lá no sertão de São João do Sabuji. pergunte a Tiôla Couro Estruido de Ló, se não é verdade. Dos Aflitos, se você se ajoelhar no calçamento, com os olhos merejando de lágrimas, duvido que a junta não ajude aquela família brocada, do Sabují.

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  11. Seus primos estão muito bem, pior esta os meus e eu não consigo nada estao comendo barro com calango assado na brasa, o chico borges ninguem encontra mais um certo dia ele deu uma nagadinha de cabeça de poica foi uma festa.

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  12. Dos Aflitos, tem jeito, não. nossos primos precisam ser fortes. nas próximas eleições vai ter festa como o quê. candidatos dando rubacão, candidatos dando as marivilhosas sardinhas em lata, candidato dando espinhaço de porco e corredor de boi. daí nossos primos pegam sustância, e aguentarão mais quatros anos.

    Dos Aflitos,me diga uma coisa. dar muito trabalho fazer o mexido de barro com calango? vamos mandar a receita pela junta, para o programa da Ana Maria Galega Esticada Até O Toba Braga?

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